sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
O que sobrou do Natal.
Chego, preparada e ansiosa, carregando meus presentes e algumas delícias em meus braços. Sou recebida com sorrisos e gritos, muitos gritos. Todos me olham, e por um momento acho até que não me reconhecem, sinto um pouco de medo...o ano que passou me fez bem? Estou mais magra? Mais bela? Mais velha? Meu cabelo está do mesmo jeito de sempre? Meu sorriso corresponde à felicidade que meu coração sente? São perguntas e apenas isso, não deixam de ser. Não tenho tempo para respostas, cujas perguntas eu mesma fiz. Procuro um lugar para livrar minhas mão ocupadas, afinal são abraços que me esperam. Começo a abraçar aquelas pessoas que preencheram minha vida, toda ela. Sinto o cheiro de cada um, cheiro de colo de Deus. Abraço-os, olho bem para seus rostos, fascinada. São eles, meus amados, amores eternos, saudade constante. Aquele primo do verão de 1998, aquela tia falante, engraçada e espevitada que insisto em comparar comigo mesma. Meu avô tão cansado e minha avó tão bela e terna no alto dos seus sessenta e tantos anos. Minha prima calada e quieta, sempre na dela, que no máximo dá um abraço sem emoção, porém verdadeiro. Aquele tio chato, que continua me chamando pelo apelido de infância, e repete várias vezes um "Lulu" insuportável. A tia amorosa, que já cantou para o sono chegar e já preparou doce para o choro cessar. Aqueles que a cada ano estão diferentes, cresceram, engordaram muito, estão mais velhos e se vestem de maneira engraçada e diferente. Têm também aqueles cujo tempo agrega, aqueles que chegam na família e trazem mais luz, mais vida. Aumentam as cadeiras ao redor da mesa e ocupam mais um lugar no amigo-secreto. Outro ano, outra alegria. Tudo o que fiz o ano todo não compensa a satisfação de estar cercada pelas pessoas que me amaram desde meu primeiro dia de vida, que me viram crescer e tornar-me o que sou hoje. É pouco tempo para estar junto, não consigo dizer a todos o quanto os amo, porém conforta-me saber que existem e que, de acordo com a vontade de Deus, os verei no próximo ano, num novo e novamente inesquecível Natal.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Viver, escrever, ser.
Escrevo tão e somente para sentir-me viva. É meu oxigênio, sangue que pulsa em minhas veias, enorme desejo de respirar livre. Escrevo e sinto meu coração acelerar de êxtase, sinto meu corpo ir e voltar ao infinito em menos de minutos, sinto a força da renovação, a fé de espírito. Escrever sempre foi meu refúgio, amigo oculto, passo dado rumo ao céu. Não saberia seguir adiante sem explodir, sem falar tudo que engasga em minh'alma. Não saberia viver, então. Sou isso, uma força contida em palavras cheias de vida, sou um enigma, uma interrogação. Não me conheço, até que eu mesma me descreva, me exponha, fale sobre mim intimamente e subjetivamente através do que é a minha vida: o que escrevo, sou, permaneço.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Tão perto.
Estou tão perto de você que chego a sentir tua respiração pausada, as leves batidas contidas do teu coração, a tua mão suada, teus passos apressados correndo sempre contra o tempo, contra a dor. Posso sentir tão de perto esse teu cheiro, cheiro que não há em mais ninguém, cheiro de felicidade, gotas de felicidade que insisto em tentar guardar e eternizar, em vão. Ando tão perto, tão contigo, dentro dos teus dias e da tua história, que esqueci o que é passar um dia sem teu sorriso. Preciso vê-lo, tê-lo, tocá-lo, aquecê-lo num beijo, torná-lo meu. Nós estamos tão perto, que mesmo na ausência, posso te sentir em mim, te tenho, posso até ouvir teu riso doce, em alto e bom som. Meu coração está tão perto do teu, quase ocupando o mesmo peito, o mesmo espaço apertado, que chega a sufocar-me com tua vida plena, tua emoção exagerada e com essa estranha mania de achar que todos são iguais a você: intenso, extraordinariamente brilhante, lindo.
sábado, 15 de novembro de 2008
Viva para ser feliz
Apesar de ser bem realista, gosto de ficar pensando em como as coisas poderiam ser, como seria se fosse de outra maneira, o que fazer para ser melhor. Estou sempre sonhando, encontrando possibilidades e meios menos dolorosos de enxergar as situações mais difíceis, descobrindo caminhos menos tortuosos, estradas mais iluminadas, caminhos mais felizes. Gosto de pensar que tudo vai melhorar, que os desejos vão acontecer. Prova disso é a frase que digo todos os dias ao acordar e olhar-me, ainda despenteada e meio tonta, no espelho: -Hoje eu vou ser feliz! Esse passou a ser o meu primeiro pensamento do dia, já faz algum tempo. É o que quero, o que desejo todas as horas que respiro. De primeiro pensamento, essa frase vira realidade. Todos os meus dias são cheios de risadas, de abraços apertados, de pratos deliciosos e gente, muita gente. Claro que também há preocupações, tristezas, decepções. Mas nada que seja maior do que minha vontade absoluta e verdadeira de ser feliz. Minha lei é clara e precisa: só vivemos uma vez. E não é como escrever uma palavra errada e apagá-la com a borracha para fazer o certo. Vida não tem ensaio, não tem nada que apague um dia ruim e mal aproveitado. Eu vivo cada dia, de cada vez, da melhor forma possível. Dá certo, eu garanto!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Espelho
sábado, 25 de outubro de 2008
O silêncio dos amantes
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Escolho ter tempo.
Tenho pensado muito em escolhas ultimamente. Talvez porque estou em constante contato com elas. Escolher, intimamente, sempre foi muito difícil para mim. Chego a sérias conclusões de que escolhas não são fáceis, não são rápidas e não me agradam, nem um pouco. Entre o emprego e a independência, ou a faculdade e o sonho. O que um me tira, o outro me dá. E com os dois, estou cansada, muito cansada. Pareço arrastar-me todos os dias em direção a ambos. Sempre cansada, sempre cansada. Tão cansada. Sou vinte e vezes o que posso ser. Sou apenas uma, mas ao fim do dia, vou-me juntando, catando meus pedaços pela casa...arrastando meu corpo em direção ao chuveiro, à cama, ao sono. Sempre tive uma vontade maior do que minhas necessidades e, eventualmente, percebi de que as minhas possibilidades também. Meu espírito sempre foi grande, aventureiro. Sempre segui caminhos maiores do que os atalhos que surgem na vida. Eu gosto mesmo de preencher meus espaços vazios, meus longos minutos e eternos movimentos do ponteiro...Porém, de uns tempos para cá, me vejo cansada demais, querendo mais do que 24 horas, ou que tudo dure menos, um pouco menos para que eu também encontre um tempo para mim, para as minhas lágrimas contidas, para meus sonhos esquecidos, para meu sono necessário, para minhas viagens sempre deixadas para o próximo aniversário ou então, para olhar-me no espelho e perceber que já não sou a mesma, o tempo passa rápido e envelheço mais rápido ainda.
"Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito", já dizia a sábia Clarice.
sábado, 4 de outubro de 2008
Eu e minha liberdade.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Estranho.
Você já parou para observar quantos rostos diferentes surgem em apenas um dia? Quantos sorrisos diferentes pelas ruas e aquele sabor diferente de gente que não se sabe de onde veio, se saiu do chão, ou se vem do céu. Cruza o sinal, dobra a esquina, passos rápidos, pressa de chegar... Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te fez perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram? Nós continuamos a tentar nos aproximar? Como se fôssemos destinados a estar lá, ou o tiro nos pegou de surpresa? Pense: podemos ser uma grande parte da vida de alguém... e nem saber. Já olhou no fundo dos olhos dessas pessoas? Experimentou sorrir também, falar algo, puxar assunto, convidar para dançar? Utopicamente, acabo... Apenas acredito na humanização, coração, paixão.
sábado, 30 de agosto de 2008
Volta.
domingo, 24 de agosto de 2008
Despedida
terça-feira, 19 de agosto de 2008
cansaço
talvez eu cante uma velha canção ao som de uma gaita...
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Somente elas.
Ana é mãe. Engraçada, espontânea, fala pelos cotovelos, entra na onda, até arrisca uma dança, ela gosta mesmo de sentir-se rodeada de gente, de gargalhadas gostosas, de abraços carinhosos. É curiosa, nostálgica, coração aberto. Ana sabe como ninguém entregar-se, deixar-se envolver, oferecer descanso, consolo, um bolo. É um doce embrulhado numa caixinha de supresas pequenina.
Franciny é explosiva, pura energia, agitação, reboliço. Quando ela chega tudo ilumina, uma música começa a tocar, as pessoas acordam e começam a andar rápido para acompanhar o seu ritmo. Ela é corajosa, prestativa, impulsiva, manteiga derretida. Franciny é uma menina, moleca, uma rosa que desabrocha forte, cheia de vida, de sonhos, de esperanças.
Vilma é observadora, quieta, centrada, intelectual, cheia de boas maneiras e mil e uma habilidades. É acolhedora, sabe ouvir, solidária, dá conselhos sempre precisos e tem uma generosidade e um caráter surpreendentes. Vilma é aquela companheira de todas as horas, uma valsa clássica dançada em sintonia perfeita, uma lembrança gostosa que não sai da cabeça, um olhar verdadeiro, um cristal valioso e transparente, jóia rara, orquídea que floresce apenas uma vez no ano.
Daniela é um vento forte, uma tempestade inesperada, um balanço das ondas num mar agitado. Um chocolate amargo que depois de apreciado tantas vezes torna-se doce, saboroso, impossível viver sem. Tem uma personalidade forte, um jeito imponente, autoritário...mas é de sua prórpia natureza e isso, ninguém tira dela. Ela nasceu para ser líder, brilhar, andar de um lado para outro em busca de soluções imediatas e que funcionem, de um jeito ou de outro. Dani é o doce do amargo e leve, porém ácida.
Cintia é calma, tem as respostas na ponta da língua, quer resolver tudo na mesma hora e vive enrolada. Tem a cabeça nas nuvens e parece nunca andar com os pés no chão. É responsável, prestativa, educada, pensativa e acolhedora. Precisa aprender a escutar um pouco mais, apesar de já saber definir bem tudo o que vai fazer. Busca seu espaço, luta por seus ideais, tem boas idéias, perspectiva de vida, sede se aprender e de ser melhor. Cintia está no caminho certo. Ela é firme, forte e tem o que poucas pessoas hoje em dia têm: vontade, disponibilidade de mudar, perseverança.
Leide chegou agora, veio de fininho, com os olhos cheios de dúvidas do que ia encontrar pela frente, mas com uma ajuda aqui e outra ali já definiu bem o seu lugar. Leide é rosa. Uma bonequinha de porcelana, delicada, sensível, amável. Tem carisma, boa vontade, é preguiçosa, charmosa, vaidosa, romântica. Parece ser tudo ao mesmo tempo: menina, mulher, mãe, esposa, amiga. E sabe conciliar tudo isso com toda sutileza e calma possível. Leide, com todo o brilho e doçura da palavra é uma verdadeira princesa.
Obrigada.
sábado, 19 de julho de 2008
não sei ser poeta.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Vinte e quatro vezes mais.
Gosto do jeito mais surpreendente de viver a vida. Prefiro surpresas, mesmo não tão agradáveis e entusiasmos desavisados, a frases feitas ou horários de uma agenda enumerada com dias e horas de uma semana imaginária. Meu dia tem mais de vinte e quatro horas...eu bem queria que fosse assim, não tenho tempo para só vinte e quatro poucas horas. Prefiro que os minutos se arrastem, me esperem, deixem que eu termine o que comecei. E de tanto precisar de mais horas, já estou certa de que as tenho. Vinte e quatro horas para mim não servem, meu relógio (se é que eu o tenho), tem tempo indefinido, suspenso no ar, até que eu o pare, desligue e não precise mais dele (se é que eu preciso). Prefiro acreditar na vida assim, com toda a urgência que ela possa vir a ter. De que servem os horários marcados, as divisões de um calendário? Surpresas me interessam muito mais. Não acredito em nada premeditado. A vida é de repente, as coisas acontecem subitamente. Vivo sem medir espaços, contar minutos, correr contra o tempo. Do mesmo jeito que o relógio gira automático e cansativamente, eu vivo livre das horas, solta no tempo; esperando apenas o inesperado.
sábado, 5 de julho de 2008
O meu querer.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Nós, por mim.
domingo, 29 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Pára-quedas
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Sono.
É tão estranho: os bons morrem joves.
domingo, 15 de junho de 2008
sonhos e vôos livres.
Absolutamente sou livre. Desde que naci, desde pequena, desde sempre. Gosto da liberdade. O vento no meu rosto, meus pés descalços sem rumo, meu corpo entregue ao acaso... Sou minha, sou sua e de mais ninguém. Não suporto domínios, algemas, sufocos de todos os tipos e de qualquer natureza. Nasci para respirar sem a ajuda de qualquer aparelho, seguir meus intintos, andar sem rumo, sem lei, sem regras. Sou uma rebelada. Nego qualquer tipo de prisão, de auto-controle, de tirania ou grito ecoando no ar. Aliás, odeio gritos. Eles realmente me enfurecem. Não suporto ouví-los. Não preciso tê-los. Nada me entristece mais. Não pense que sou uma louca libertina, inconsciente dos meus atos, que não mereço confiança ou estou brincando com a vida o tempo todo. Eu, simplesmente e por opção única e imutável, sou feita de sonhos, suaves respingos de chuva, um sopro de solidão e muita, muita vontade de viver, livremente; sem nada que impeça os vôos de minha alma, o delírio do meu coração e a minha fé inabalável.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Essas coisas.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
O pedido
Então entrega-me de presente um beijo teu, amado. Abraça minha alma junto com o calor do meu corpo. Toca meus cabelos suavemente, demoradamente, sem pressa nenhuma; não é preciso controlar o tempo: as horas entendem quando um momento precisa ser imortalizado. Sorri para mim e proporciona-me um suspiro, um descanso, um prazer incontrolável. Invade meus ouvidos com a música dos anjos, com os intrumentos do paraíso, infinito. Toma-me, arrebata-me, guarda-me. Leva-me contigo para teu mundo perdido, quero perder-me em teus abraços, adorar teus gestos, seguir teus movimentos, encantar-me com teus sorrisos e olhares, cuidar-te e curar tuas feridas escondidas, agradecer por te ter logo pela manhã e também ao anoitecer; Deixa eu te ninar, querido. Ama-me e traz tua felicidade para minha vida, agora.
sábado, 31 de maio de 2008
Eu, palavra.
Meu refúgio são as palavras. Sento num canto escondido, longe das coisas vivas e audíveis. Meu tempo é meu. Quero apenas o silêncio comigo. O silêncio, alguns pingos de nostalgia, uma pouca tinta e um papel amassado. Respiro forte. Vai começar a chover. Minha chuva de momentos, tormentos, pecado e salvação. Minha chuva de renovação e puro êxtase. Meu vento fraco e suave acompanhando o turbilhão de idéias desvairadas de minha cabeça. Não penso, começo a sentir. As palavras chegam assim, convidadas pelo toque suave das mãos. Entendo que está na hora de agir. Faz calor, o suor até arrisca pingar, mas eu já estou libertada. Já pulei o abismo, joguei-me ao vento, já sinto o frescor de quem se entrega, se esquece, se liberta, se sente. Enfim, surgem elas: Vívidas, imponentes, salvadoras, donas de meu ser, motivos de meus delírios e alucinações. Palavras, como as adoro; Como adoraria morrer e reviver nelas.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
Aquarela de gente.
Tenho uma paixão avassaladora por pessoas. Todas elas me encantam, me sugam, me deixam fora de órbita, me emprestam um ritmo gostoso para conduzir a vida. Pessoas nunca são iguais. Nunca achei ninguém que fosse igual a outro. Não existe. E é justamente, essa peculiaridade, essa individualidade que me enlouquece. Cada qual sabe o que tem de melhor e sai por aí, num ritmo desenfreado emprestando, por onde passa, essa virtude ou pecado escondido. Eu, particulamente, conheço todo tipo de gente e todos me fascinam. Sou exatamente do jeito que sou, por sugar de cada um o que quero e o que eles podem vir a oferecer. Sou uma aquarela de gente, uma mistura de gostos e mau gostos, um encaixe imperfeito, um quebra-cabeça de forças e defeitos, um quadro pintado por várias mãos, um caminho de passos vacilantes e firmes, um filme de atores vivendo histórias reais. Pessoas me encantam. Toda essa gente, toda essa diferença absurda, todo esse sabor que cada um tem, todo o mal que podem vir a causar, toda dor que carregam, toda a forma, todo o brilho, traz para o meu ser uma renovação absoluta e necessária. Ensinam-me tanto, transformam-me tanto... Todos, por mais estranho que seja e incrível que pareça, que passam pela minha vida são registrados com o que acho de melhor: suas vidas.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
A saudade cabe dentro de uma caixa.
sábado, 17 de maio de 2008
Dois.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Um pouco de confiança.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Doçura.
Menina, corre para os braços da vida.
Segue o caminho das flores, esquece das horas das dores.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Nova saudade velha.
domingo, 4 de maio de 2008
Feito bolha de sabão.
Surgem de um leve sopro, começam miúdas, voando baixinho, até ganharem força, forma, expressão, sentimento e coragem de alcançar os céus.
São transparentes, até acharem uma paisagem, um lugar, um momento ou motivo que as tornem coloridas.
Podem passar despercebidas ou distribuir sorrisos por onde o vento as levarem.
Duram frações de segundos, pequenos intervalos existenciais até um próximo sopro de renovação, mas continuam surgindo incansáveis, belas, brilhantes, delicadas...
Não causam dor alguma, desde que não queiram... Uma bolha de sabão em mãos erradas pode causar um mal irremediável.
E mesmo que o tempo passe, mesmo que as coisas mudem, elas foram importantes na vida de alguém um dia e por conta disso,jamais podem ser esquecidas. Jamais.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Flores, amores e blábláblá.
Mergulhada no orgulho.
Ele diz que sou orgulhosa e defendo-me.
Ele diz: -Você é uma orgulhosa!
E eu digo: -Você que é.
Afinal, quem é mais orgulhoso aqui? Orgulho de quê? Pra quê?
Preciso ter orgulho de outras coisas, a partir de agora.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
A arte de trabalhar em um hospital.
Sou supervisora de atendimento em um Hospital, apesar de estudar direito, querer ser juíza, ter que pesquisar na internet sobre assistência social, namorar um engenheiro agrônomo, ter um pai e uma mãe que fizeram administração de empresas e uma irmã aspirante à nutricionista. Se isso é engraçado? É. Eu também acho...mas já me conformei de que a vida nos mostra um leque de caminhos e é preciso, às vezes, percorrer todos eles.
Chego ao hospital ás 7 da manhã, já o encontro com aquele cheiro forte que todo hospital tem, algumas pessoas vêem TV, outras andam de um lado para o outro, os médicos estão mudando seus plantões e aos poucos tudo encontra seu lugar e se encaixa perfeitamente.
Escuto milhões de bom-dia, às vezes, nem respondo de tão apressada. Preciso correr. É incrível como tranformo-me em dez Lucianas, pois preciso estar em vários lugares ao mesmo tempo, mesmo que não possa. As horas passam, os problemas aparecem e eu tenho que estar lá. Ligo para os médicos, corro, falo abundantemente, escuto mais ainda. Essa é minha função: prestar assistência. Ser presente, mesmo que minha cabeça esteja ausente, zelar pelo paciente, puxar a orelha dos médicos, ser implicante, ágil, enérgica. E quer saber? Eu adoro estar em movimento, correr, resolver problemas, olhar para aqueles sorrisos de satisfação e receber um "obrigado, Dona" humilde e verdadeiro.
Não, eu não vou largar meu sonho de ser juíza. Afinal, é um sonho. E sonhos não existem para serem largados. Eu só tenho é que paroveitar essa oportunidade de pisar em outro terreno, explorar novos horizontes, humanizar-me, indignar-me, entregar-me.
Trabalhar em um hospital requer entrega, disponibilidade, luta contínua. E sabe do que mais? Lutar pela vida de um ser humano é um trabalho exaustivo, mas muito gratificante.
domingo, 20 de abril de 2008
Sobre impulsos e batidas de um coração.
No entando, acredito que as pessoas impulsivas são aquelas que mais agem pela emoção e eu, necessariamente, sou assim. Razões para mim são números e me atrapalho completamente com eles. Gosto de sentir e não de pensar tanto a ponto de desistir de tentar por conta das paranóias escondidas no cérebro. Prefiro seguir meu coração. Ele é um tanto quanto atrapalhado e louco, mas sou grata demais pelas batidas que escuto dele cada minuto do dia. É por ele que posso seguir meus instintos, direcionar meus impulsos e viver. Meu coração, e só ele, sabe exatamente o que vou e devo fazer. Portanto, é só consultá-lo, e assim como suas batidas, a resposta é imediata! Daí vêm os impulsos.
E minha dúvida é : devo prosseguir nos meus impulsos ou controlá-los?
Espero, resignadamente essa resposta. Então, coração, por favor, responde também essa!
sexta-feira, 18 de abril de 2008
a BELA e as Feras.
sábado, 12 de abril de 2008
Roda-viva
O modo como a vida segue realmente me assusta um pouco. A roda girando velozmente, batento forte no chão me deixa um pouco tonta e apreensiva...o que a vida me espera? Ou, pior, o que EU espero da minha vida?
É meio (muito) complicado fazer perguntas a si mesmo, principalmente, quando as respostas são tão confusas. E , diga-se de passagem, a vida é algo muito complicado. Como ela muda, e muda, e muda, e gira. Estar no topo ou no abismo, em questões de segundos, é um dos divertimentos injustos da vida. Como ela nos joga, nos goza, nos saboreia pedaço por pedaço, nos assusta, leva nosso tempo precioso embora, afasta pessoas queridas, nos faz chorar e depois, num piscar de olhos, rir enlouquecidamente. Que delírio surpreendente é viver!
Saber viver é outra questão muito perigosa. Aliás, muitíssimo, eu diria. Nem todos sabem o que fazer e como seguir na vida...mas, isso é questão de cada um. É problema de cada um o que fazer de sua vida e não cabe a mim julgar isso ou aquilo.
Continuo, então, a tentar entender o milagroso espetáculo da vida. Nascer, crescer, viver...de novo essa palavra! VIVER A VIDA! Como ela me persegue, me deixa encurralada, parece um sinal vermelho fechado bem a minha frente. Realmente, a vida que salta dos meus olhos, esse sangue que pulsa em minhas veias, as milhares de batitas em meu coração, o suor que pinga, o sorriso que brilha, a dor que fere, a alegria que enobrece, o vento que acaricia meu corpo me fazem lembrar que estou viva. Sou viva. VI-VA. E esqueço então das perguntas, esqueço de me lamentar pelos momentos perdidos...estou viva. Tenho a vida, estou girando nessa roda enlouquecida! Que me importa as horas, as dores, os rótulos, as regras? Eu quero é viver. Ser, crescer, querer, saber viver e estar viva.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
emergência.
Eu preciso de tempo e estou com pressa.
Deverei resolver isso com aquele velho sorriso amarelo de sempre...
Mas não é minha vontade dessa vez.
domingo, 30 de março de 2008
O amor é cego, surdo e burro.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Os lírios
(final)
Luiza ainda estava tonta... Aquele beijo inesperado a deixara sem chão. Apesar da audácia de Eduardo, ela gostara daquele momento. Não podia negar que desejava secretamente esse beijo há muito tempo. Eduardo, muito desconcertado, porém certo do que fizera, sentou-se à sua frente e começou a falar:
-Lu, achei que você tinha me traído. Desconfiei de seu amor por mim e hoje vejo que foi totalmente sem motivos. Comecei a desconfiar de suas saídas inesperadas e demoradas. Você ficava horas fora e me dizia que estava fazendo trabalho da faculdade com as amigas. Só que, secretamente, eu ligava para todas elas e nenhuma sabia onde você estava. -fez uma pausa para olhá-la.
Luiza estava com a cabeça baixa. O que Eduardo falava parecia ferir seu coração como uma faca. E ele continuou...
-Já não aguentava mais escutar suas mentiras um dia sim e outro não. Eu sabia que nada do que você falava era verdade e aquilo me consumia cada vez mais. Decidi, então, segui-la.
-Você me seguiu? Como pôde fazer isso?!
-Achava que você me enganava com outra pessoa! Num dia desses, quando você ligou pra mim, dizendo que não a esperasse para jantar, peguei o carro e fiquei esperando você sair do trabalho. Você saiu pontualmente e foi direto para o estacionamento, muito sorridente, e isso já me preocupou bastante. Porém, não havia ninguém com você. E já que eu chegara até ali, iria até o fim! -parou novamente como se fizesse um grande esforço para lembrar o que falaria a seguir.
-Continuei seguindo-a. Até que você parou em outro hospital. Desceu, pegou sua bata e seus materiais de trabalho, estacionou o carro e entrou. Não entendi absolutamente nada! Minha cabeça girava tanto e eu estava tão desnorteado, que não sabia nem o que estava fazendo ali. Resolvi, então, descer do carro e perguntar ao porteiro sobre você...
Eduardo parecia não conter a emoção. Deixou rolar uma lágrima dos olhos e continuou:
-O porteiro disse que você trabalhava no hospital. Era a nova enfermeira e naquele dia, estava de plantão. Quase desabei. Então tudo encaixou-se perfeitamente... Justamente quando íamos reformar nossa casa, casar e pensar em ter filhos, nosso antigo sonho juntos, eu fiquei desempregado e muito abalado. Você, com esse grande coração, por me amar tanto, resolveu abdicar da faculdade e conciliar um outro emprego para o nosso sonho não cair no esquecimento... Meu Deus, como fui injusto!
Luiza soluçava. Aquilo tudo era doloroso demais para ela. Eduardo, porém, continuou:
-Naquela noite, não consegui voltar para casa. Fui embora. Achava que não a merecia. Que você era boa demais para mim e resolvi sair da sua vida para sempre. Mas, só penso em você a todo momento...por favor, não me deixe!
Luiza, invadida por todo seu orgulho, falou:
-É tarde demais. Realmente, eu me sacrifiquei por você e vi que não merecia nada! Para mim, chega! Não adianta mais se lamentar. Suas lágrimas não vão apagar a solidão e o desprezo que me fez sentir durante tanto tempo e sem ter feito nada! Por favor, vá embora daqui já! Estou cansada, é tarde e não quero vê-lo nunca mais. Obrigada por ter vindo aqui explicar sua covardia! Já o fez! Pode ir!
Eduardo não pôde fazer nada. Luiza tinha toda razão de estar magoada e resolveu não insistir, foi embora batendo a porta.
Luiza então, deixou-se cair no sofá e começou a chorar. Tudo tinha acabado!
Durmiu ali mesmo e acordou, já à noite, com um som de campainha. Estava meio tonta e aquela manhã parecia não ter passado de um terrível pesadelo, que ela desejava esquecer. Quando abriu a porta, teve a mais bela de todas as visões de sua vida: a rua toda estava coberta por lírios brancos, o perfume inebriante invadia todas as casas e tomava conta de todo o ar. No chão da porta, um bilhete com um pequeno lírio ao lado: -um milhão de lírios para alegrar um coração machucado, e eu só preciso de um perdão para alegrar minha vida para sempre. Se tiver mudado de idéia, estou no celular.
Luiza olhou à sua volta e ficou maravilhada com aquela paz que os lírios proporcionavam. Não pensou duas vezes, deixou a porta aberta, apertou o bilhete em suas mãos, inalou mais uma vez o perfume dos lírios e pegou o telefone.
dedicado à todos aqueles que leram parte por parte e me incentivaram para o fim deste conto. Muito obrigada! Beijos
domingo, 23 de março de 2008
Os lírios
(continuação)
Eduardo amargava seu próprio erro. Via Luiza daquela maneira, distante, e sabia que não poderia culpá-la. A culpa era totalmente sua. Começou a lembrar momentos maravilhosos ao lado dela e deixava escapar suspiros tristes que Luiza percebia. Lembrava daquela vez no parque... Era o primeiro ano deles juntos e Luiza parecia mais bela e radiante do que nunca. Com um vestido florido, cabelos perfeitamente emoldurados numa simples trança, falando sem parar, ela parecia flutuar de tão divina. Confundia-se com as flores e cores que os rodeavam. Luiza era perfeita para ele. Porém, vendo-a ali, imóvel, semblante sério, olhar torturante e os lábios apertados, denunciando sua raiva contida, ele entregou-se ao choro. Nunca imaginou fazer tanto mal à Luiza, fazê-la sofrer, logo ela que só fez amá-lo.
-Por favor, Eduardo! Sem choro. Eu que deveria estar entregando-me às lágrimas não me dou esse direito, para você que não tem motivo algum estar dessa forma! Ora, vamos. É melhor ir embora!
Eduardo parou de chorar. Secou os olhos desajeitadamente e virou-se para ela.
-Choro de ódio. Ódio de mim mesmo. Como pude deixá-la?
-E você faz essa pergunta agora? Só agora? Por que não pensou antes?
-Eu estava cego de ciúmes! Não suportava a idéia de você ter me traído. Depois quando descobri toda a verdade, senti muita vergonha e resolvi ficar desaparecido mesmo. Mas, eu não consigo viver longe de você, meu amor. Por favor, me perdoe!
-Que loucura é essa, Eduardo? Você está passando dos limites! Eu nunca traí você!
-Eu sei, Lu!
-E por que falou isso? Não entendo mais nada. É melhor ir embora, já disse. Você está me deixando tonta!
-Não por favor, deixe-me ao menos explicar para que você entenda por que fui embora. Mesmo que você não me queira mais em sua vida, deixe-me fazê-la entender os motivos da minha covardia.
Luiza parecia estar mais confusa do que em qualquer momento de sua vida. Eduardo estava louco, só podia ser isso! Ou inventara qualquer coisa para voltar sem culpas. No entanto, sempre fora paciente e generosa e sabia que escutá-lo seria amelhor solução.
Olhando para ele, sentia o sangue acelerar em suas veias. A vontade de esganá-lo havia passado. Agora as lembranças invandiam sua alma e a faziam pensar no amor imenso que sentia por ele, apesar de desprezá-lo.
A hora passava rápido, Luiza ,então, resolveu fazer um café para acalmar os ânimos e até para fugir de seus pensamentos.
Meia hora depois, voltou para a sala, entregou o café a Eduardo que agradeceu num sorriso irresistível, sentou-se à sua frente e disse, por fim:
-Pronto, Eduardo. Pode começar com as explicações.
Mal terminara de falar, sentiu o corpo paralisar... Eduardo estava bem à sua frente, olhos colados nos dela, lábios perfeitamente desenhados, sedentos por um beijo... Não conseguiu pensar em mais nada, Eduardo a envolvera num abraço e a beijara energicamente. Só sua consciência gritava alto: -Como você é boba, Luiza!
(continua)
sexta-feira, 21 de março de 2008
Os Lírios
(continuação)
Luiza não acreditava no que via. Eduardo estava ali, parado bem a sua frente com lírios brancos encantadores caindo de seus braços. Ele sorria sinceramente e isso despertou certa fúria nela. Como sorrir daquela maneira, após ter sumido, deixando-a sozinha? Pensou em bater a porta no seu nariz, mas era um nariz perfeito demais para tamanho estrago. Vendo Eduardo ali, cabelos ao vento, cara lavada, sorriso gostoso, ela parou de negar o inegável: amava aquele homem de todas as formas e apesar de tudo. E ela sempre ouvia e até sabia intimamente que a partir do momento que se ama alguém apesar de alguma coisa, realmente a situação é grave. Então seus pensamentos foram interrompidos pela voz dele.
-Lu, os lírios... pegue-os, são seus. Sei que adora.
Ela estremeceu... lírios brancos. aah, adorava lírios. Sentia um verdadeiro encantamento pela delicadeza deles. Sonhara iúmeras vezes em casar-se de branco esbanjando lírios em suas mãos. Enfim, conseguiu pronunciar qualquer coisa:
-Sim, adoro. Obrigada Dud... éér, Eduardo.
Ele ria:
-Quanta formalidade e que séria você está. Nem parece a Luiza de sempre.
Ela sentia o sangue ferver e a vontade de pular em seu pescoço para esganá-lo aumentava cada vez mais.
-Posso entrar? Preciso conversar com você. - e aproximou-se, tentando tocá-la. Porém Luiza esquivou-se subitamente e olhou-o bem nos olhos.
Ele assustou-se. Via raiva em seus olhos e sentiu o coração bater mais forte. Luiza tornara-se fria, determinada a não tentar aproximação alguma. Porém insistiu:
-Lu, sei que errei. Preciso falar meus motivos e fazer você entender. Por favor, vamos conversar, precisamos conversar.
Luiza não falava nada. Apenas olhava em seus olhos, com aquele ar cansado de quem já escutou muitas desculpas esfarrapadas. Por fim, virou-se, deixou a porta aberta e disse baixinho:
-Entre.
(continua)
domingo, 16 de março de 2008
satisfação.
venho dar satisfações a quem espera por ver o fim dos lírios brancos. mas, aguardem. não é de minha natureza começar uma coisa e deixar por aí, sem terminar.
um beijo agradecido a todos que passam por aqui. :)
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Os lírios.
Enfim, achara forças para vencer a preguiça e levantou-se da cama com aquela graça e leveza rotineira. Olhou-se no espelho e gostou do que viu. Finalmente conseguira sorrir após alguns meses negros de solidão e saudade. Estaria começando a esquecê-lo? Nem ela mesmo sabia.
Tomou um longo e merecido banho e vestiu a primeira roupa que encontrou no armário. Era linda, não tinha como ninguém negar. Tinha uma leveza oposta a seu porte altivo e sua robustez precoce. Era ferozmente encantadora e brava.Gostava de andar com a cabeça nas nuvens, porém sempre atenta ao chão. Deixara de ter medo e libertara-se de vez da adolescência. Era uma bela mulher.
Enquanto tomava um café forte e comia algumas torradas, pensava nele e no que estaria fazendo àquela hora. Certamente estaria dormindo... Porém, ao lembrar que era uma linda manhã de sábado constatou que estaria correndo na praça ou talvez tivesse ousado mais e saído para dar um mergulho na praia, como ela mesma pensara em fazer. Mas logo afastou essa idéia da cabeça, não estava disposta a encontrá-lo em qualquer desses passeios e desconsiderou a aventura.
Ligou o som. Tentou não colocar nada falando sobre amores e dores, já estava cheia daquilo tudo, resolveu então escutar o silêncio apenas, e só.
Enquanto perdia-se em pensamentos seu silêncio fora interrompido pelo estrindente toque da campanhia. Resolveu que não atenderia e fingiria não estar em casa, mas diante da insistência não viu outro jeito. Levantou-se furiosa e foi atender a maldita porta.
Quase caiu incrédula no chão, a surpresa foi tanta que perdera totalmente a voz.
Do lado de fora estava ele, com aquele sorriso encantador e lírios brancos nos braços.
-Oi, Luiza. Voltei.
(continua)
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Ondas sinápticas.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Não tenho limites.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
felicIDADE.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
férias e esperas.
Hoje acordei meio tonta, levantei rápido, corri...para quê tanta pressa? Meus dias têm sido um caleidoscópio intrigante. Acordo e quando olho no relógio a hora já tem passado...rápido demais. Acordo para dormir de novo. Que coisa tão estranha. No entanto, preencho meus dias quase que faltanto tempo. Acho que quanto mais não se faz nada, menos tempo se tem. Sinto falta do corre-corre de sempre. Mas como minhas aulas, naquela gigantesca universidade, só começam em agosto, dei-me férias forçadas e nada legais. Todo mundo já se libertou das férias e eu ainda aqui, presa à ela. Alguém já escutou tamanho absurdo? Alguém que quer livar-se de férias? Pois é...me sinto em outro tempo, em outro momento...enquanto todo mundo anda depressa, pensa depressa...eu arrasto-me entre as horas que passam. Quanta lentidão, vaguidão, cansaço do nada. Enquanto isso, tento ler algo, pensar em algo, fazer alguma coisa que preencha esse vazio de horas exaustas. Sozinha, pois todos já estão ocupados, já andam apressados, já largaram as férias. Bem que o tempo podia passar mais depressa...