terça-feira, 10 de agosto de 2010

Primeira pessoa do singular, presente.

Há tempos que não escrevo...
Há tempos que não faço tantas outras coisas também, como, por exemplo, ir à praia. Mas, eu devo confessar: sinto uma falta danada daqui! Mais do que da praia, diga-se de passagem. E olhe que um sol bem forte e revigorante, vento no rosto e mar são combinações, para mim, perfeitas da natureza.
Às vezes venho aqui, espio um pouco, seguro minha cabeça entre as mãos e penso por um longo tempo. Mas a vontade vem e passa, numa fração de segundos. Sinceramente, só escrevo quando realmente preciso, quando grito, quando enlouqueço e não posso transparecer de outra forma a não ser aqui, digitando algumas poucas ou muitas palavras, algumas sem sentido algum, outras vitais e inesquecíveis, para mim, outra vez.
Sempre para mim, como se não existisse outra pessoa querendo ser salva no mundo também! Sou tão egoísta, às vezes...mas é nessas horas que me expresso melhor. Quando vivo para mim e olho para mim, percebo como sou forte, como posso e como quero. Quando escuto minha voz sei que nada no mundo pode abalar minha fé e minha vontade. Sou tão grande, tão ampla, tão minha.
Outra vez me disseram assim: 'se você não parar, AGORA, de pensar mais nos outros do que em si mesmo nunca irá ser feliz.' Eu mastiguei isso por dias, semanas e meses e deu no que deu, nesse texto aqui. Acho que só agora entendi e resolvi aceitar isso como uma coisa boa. Venho tentando ser mártir, heroína, salvadora da pátria, mãe pra quem não tem uma, irmã pra quem precisa de uma. Venho tentando resolver problemas que nem são meus, travando batalhas das quais nem fui chamada para lutar, traçar planos para um futuro do qual nunca farei parte. Eu sei, é preciso se doar, ser necessário aos outros, oferecer ajuda. Mas, e eu? Quem se oferece para morrer nas minhas batalhas diárias? Quem planeja meu futuro? Quem enxuga minhas lágrimas quando elas caem? Quem?
Não que eu me torne uma egoísta desmedida e mesquinha. Eu quero fazer por mim, assim como faço por todos, com o maior prazer. Eu não quero esperar nada, de mais ninguém. Eu preciso esperar de mim mesma. A frase que hoje tenho em mente é: quando eu começar a me amar, de verdade, a fazer tudo por mim, aí sim, poderei fazer o que eu quiser pelos outros.
E eu estou feliz por isso.