terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Num céu de dezembro.

Dezembro. E, finalmente, chega o fim do ano.
Final. Ruptura. Chegada. Meta atingida. Lembrança esquecida. Saudade escondida. Recomeço tão esperado.
Sempre quero chegar ao fim do ano, afinal, o novo me atrai. Me anima saber que tudo começará diferente, ou talvez do mesmo jeito, mas não importa...para mim, é um novo com gosto de velho, ou um velho com cheiro de novo, realmente, não é o que mais importa.
Estou tão cansada que talvez o novo ano me caia como uma luva, talvez me anime e eu me desespere por descobrir nova gente, outro lugar que me sirva de refúgio, ou apenas uma rede onde eu possa deitar e durmi profundamente, sem hora para acordar, sem tanto barulho me angustiando, sem tantos passos, sem tantos ruídos.
Re-Começar. Re-Conhecer. Re-Fazer. Refletir... Voltar ao mesmo janeiro, aos mesmos 12 e incansáveis meses, contados dia após dia, sem pausa, sem pause...o play é apertado e vire-se, não existe final alternativo, talvez nem se quer feliz...vire-se. Vive-se.
"Ano Novo, vida nova". Bem, sinceramente, isso nunca serviu para mim. Minha vida continua, com algo novo, diferente, mas ela não está totalmente nova...para ser bem sincera, é a mesma e assim sempre será. "Ano Novo, ESPERANÇA nova".
Como a saudade já me é peculiar, inerente, indissociável, continuarei levando-a no próximo ano. Ela nunca sai de minha mala, está num pequeno bolso, mas pesa tanto que parece ocupar todo o espaço. A falta que tanta gente me faz e que ainda vai fazer, que tanta coisa me faz sentir, é grande o bastante para me derrubar, me fragilizar, me deixar doente, seca de lágrimas derramadas. Mas, continuarei dando carona à minha saudade, já é uma promessa feita. Apenas serei maleável, comigo mesma, para não me afogar nela.
Espero, ansiosamente, mais um ano, mais um aniversário, mais uma primavera. Que ele venha e consiga me invadir de força, me faça respirar mais forte e, urgentemente, leve esse cansaço todo embora.

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