segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Medo.

Nossa, começar um blog falando sobre medo é um tanto quanto estranho...mas, eu não posso deixar de falar o que me aflige, o que me consome, me toma e não me larga. Falar de outra coisa seria mentir, decepcionar, iludir, deixar de obter o meu real objetivo aqui: ser transparente, total e fielmente.
Sempre estive às voltas com o medo(ele já me é bem íntimo. Deixou de ser um estranho-intruso e já faz parte de mim, já virou parente, parte do meu todo, pedaço do meu dia, dor das minhas horas, pausa da minha liberdade.), mas nunca o senti tão forte, intenso, devastador. Chegar aos 19 anos e ainda poder sonhar e fazer escolhas, para mim, é utopia demais. Tenho total consciência das minhas vontades, mas só ter vontade não basta...eu quero conseguir e isso parece tão além, tão longe e fora de mim que chega a me doer, me causa tanto medo.
E para ser bem sincera: não sei do que tenho medo. Não sei do que fujo e que caminho devo seguir. E mais uma vez o medo me consome: O QUE TEMER?
Acho que sou um pouco má comigo mesma; Não me permito ser totalmente feliz, estou sempre em busca de preocupações e decepções, questiono ideais, carinhos, abraços, afasto estranhos que se aproximam e alguns poucos que já sabem bem lidar com isso. E como não sentir tanto medo assim? Eu sinto...
O medo que me invade agora é quase anestésico...é o medo de pensar, refletir e quase querer prever o que irá acontecer daqui há alguns dias, num ano novo, diferente; Naquele cansaço quase bom de ver tudo acontecer de novo, de contar mais 12 meses no calendário da agenda, de sentir mais saudade, de conhecer gente (das quais você nunca esquecerá, mas que, por algum motivo, sabe que esquecerão completamente de você), de morrer de rir num dia e quase explodir de raiva no outro, de dormir menos horas do que sempre se quer e trabalhar e estudar muito mais do que se ache necessário. Por que anestésico? Diante desse medo, o que se pode fazer? Nada, a não ser esperar... Esperar os dias, anestesiada, vendo tudo se encaixando, encontrando delicamente o seu lugar, sentindo-se inerte, inútil.
Realmente, não sei do que tenho medo. Sentir medo, para mim, já virou tão casual que talvez me soe como um sentimento bom, uma quase gargalhada, transmitida em alto e bom som, só para me lembrar que eu não preciso ficar procurando mais medo na minha vida... Ele já existe, é tão grande, está tão forte, e tudo o que eu fizer contra ele será em vão...
Mas, não custa nada tentar viver sem perseguir o que já existe e correr atrás do que já está quase perdido... e é isso o que eu vou fazer.

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