domingo, 22 de março de 2009

Coisas que a vida ensina.



Espero da vida não um punhado de pó mágico contra a dor, muito menos um caminho de doces ou um céu de cores. Não espero que meus dias sejam apenas rotinas: acordar, levantar, deitar e dormir. Espero impulsos e entusiasmo. Quero vida, uma porção, um prato cheio de vida, por favor! Um sorriso em cada esquina, um abraço em cada estação, um café mais doce do que o habitual gosto amargo da solidão. Chocolate, por favor! Um amor, sem gelo. Menos gelo, aliás. Mais calor, mais aproximação, um rodízio de paixão! Muito mais olhar do que evitar. Quero puxões de orelha necessários, arranhões que ensinam a não mexer onde não se deve ou a respeitar os limites, meu e dos outros. Quero acordar e poder perceber, em primeiro lugar, uma formiga, por menor que seja. Saber o valor das pequenas coisas, ter a tamanha delicadeza de sentir os menores gestos, os mais simples, os eternos. Fazer feliz quem se ama,quem precisa de amor, quem tem amor para dar, mas não sabe, não entende, tem medo de se entregar. Não encarar nada como dever ou esforço, e sim: recompensa, dádiva, resposta. A vida é justamente feita disso: desse doar necessário, esse dar sem querer receber nada em troca; esse é o verdadeiro valor de ser, ser gente. Hoje você é de um jeito, amanhã quem sabe? Tudo, de um jeito ou de outro, muda. Não espero nada. Quero fazer, quero ser... E sendo, vou-me fazendo, desfazendo, refazendo. Para mim, esse é o verdadeiro milagre da vida.

domingo, 15 de março de 2009

Quem sou eu?

Sempre julguei a mim mesma...estranha, misteriosa, enigma. Um ponto de interrogação, uma incógnita, indecifrável. Sou diferente de tudo e de todos, é um fato. Tenho atitudes ousadas demais para mim mesma. É isso que dizem e, piedosamente, estou começando a acreditar também. Dói muito saber que sou vista dessa maneira, que não posso viver do jeito que sempre quis: loucamente, sentindo minha liberdade de espírito, minha verdade, minha cara exposta, tão exposta e tão nua que assusta, que afasta. Sou só, e vivo tão rodeada de gente. É tão engraçado isso. Vivo para me sentir e de repente, me vejo sendo. As pessoas me sentem, me tocam, me querem. Esperam de mim um sorriso e não um olhar fechado, um adeus. Elas me querem perto, me cercam, me sufocam. Não sabem me amar de longe. É sempre tudo tão perto, tão sufocador. Ningém se contenta em me ver apenas, ou em falar uma frase rápido. Querem meu riso, minha maior dor, meu coração egoísta, meu calor exagerado, minha respiração. Querem tudo de mim, minha alma, meu colo e minha risada. Querem me levar, quando o que mais quero é ficar ou ir embora, não sei. É tão engraçado tudo isso.