sábado, 30 de agosto de 2008

Volta.


Ouça... está ouvindo, sentindo? Realmente consegue escutar? É o canto, a velha rima das canções coloridas, o bater das asas de uma mariposa serelepe, o som da vida que volta a pulsar.
Dê um pouco de atenção aos sons, aos tons, ao sabor da felicidade. Saborei o doce desconhecido e a amarga dor que acabará sendo lição, aprendizado, renovação, esperança que não deve ser perdida.
Tire a roupa, liberte-se, solte-se. Voe para longe e retorne tão perto, o mais perto que possa chegar. Entre, arrisque passos em direção ao brilho vivo dos sorrisos mais sinceros e limpos, abrace os abraços que estão abertos, beije os rostos mais tristes que possa encontrar. Faça-os mudar, desarme-os, molde-os.
Respire fundo. Aspire todo o ar que você conseguir o máximo de tempo possível. Sinta-o entrando rápido e dilatando seus pulmões, sinta a pureza, a leveza, a pequena alegria de poder respirar, de não ter de parar, de viver.
Por fim, segure novamente minha mão e dessa vez não a solte. Não agora, não nesse tempo, nesse momento, não tão depressa.
Voltei, partida. Trouxe de volta toda a minha bagagem. Ainda bem que você esperou e que os ventos que sopram sempre trazem meu barco para o mesmo lugar.

domingo, 24 de agosto de 2008

Despedida


Deixei o beijo roubado, guardado, lembrado, desconsolado. Larguei aquele aperto de mão grande e firme. Busquei-o novamente, mas era tarde, tarde demais, já tinha ido embora. Para longe, para onde? Por onde... Deixei o sabor misturar-se a dor, a perda infinita de sorrisos raros e a angústias doces, tão sentidas que já nem dói tanto assim, não dói mais. Deixei escapar o medo, aquele desejo ardido, aquele grito inaudível, aquela velha hora do abraço da adiada despedida.
Minhas mãos suadas e trêmulas soltaram-se e eu deixei, larguei, não sei.
Por favor, não espere minha volta, partida.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

cansaço

Estou cansada, minhas costas estão pesadas, não tenho tempo para mais nada;
talvez eu cante uma velha canção ao som de uma gaita...